Queridos irmãos e irmãs!
A encíclica “Laudato si”, a
segunda do Papa Francisco (a primeira foi “Lumenfidei”, de 29 de junho de
2013), apresenta para toda a Igreja o tema da “ecologia integral”. Para
Francisco, cuidar da natureza e cuidar dos irmãos e irmãs mais frágeis está em
intima relação. Não se pode esquecer essa relação, quando se fala de ecologia.
Para uma ecologia integral, o Papa chama a atenção para a contribuição das
diversas riquezas culturais dos povos, ressaltando que existe uma relação entre
ciência e religião, pois ambas podem entrar num diálogo intenso e frutuoso (cf.
FRANCISCO. Encíclica Laudato si, n. 62), Francisco apresenta uma reflexão sobre
a sabedoria religiosa argumentando: “se tivermos presente a complexidade da
crise ecológica e as suas múltiplas causas, deveremos reconhecer que as
soluções não podem vir duma única maneira de interpretar e transformar a
realidade” (idem, n. 63). Ele reconhece que as diversas riquezas culturais dos
povos podem contribuir para essa urgente tarefa.
E, como não podia deixar de ser, já que o texto é um documento pontifício, Francisco, no segundo capítulo, apresenta o “Evangelho da criação”, com uma teologia da criação que reconhece que a fé cristã tem motivações altas para assumir uma ecologia integral. Citando São João Paulo II, Francisco lembra que “os cristãos, em particular, advertem que a sua tarefa no seio da criação e dos seus deveres em relação à natureza e ao Criador fazer parte da sua fé” (FRANCISCO. Idem, n. 64).
Dom Jaime |
E, como não podia deixar de ser, já que o texto é um documento pontifício, Francisco, no segundo capítulo, apresenta o “Evangelho da criação”, com uma teologia da criação que reconhece que a fé cristã tem motivações altas para assumir uma ecologia integral. Citando São João Paulo II, Francisco lembra que “os cristãos, em particular, advertem que a sua tarefa no seio da criação e dos seus deveres em relação à natureza e ao Criador fazer parte da sua fé” (FRANCISCO. Idem, n. 64).
Desde o primeiro livro da Bíblia,
o Gênesis, encontramos na Palavra de Deus uma relação forte entre a natureza e
o homem, chamado a guardar e cultivar a terra, respeitar as leis da natureza,
respeitar a bondade própria de cada criatura, ver e defender a relação entre
natureza e fraternidade, justiça e fidelidade aos outros, receber a ação de
Deus que renova a face da terra e chama o homem à redescoberta e o respeito
pelos ritmos inscritos na natureza pela mão do Criador (cf. FRANCISCO. Idem,
nn. 65-71).
Numa página cheia de
contemplação, mostrando que a harmonia entre homem e mundo, entre ser humano e
natureza, foi rompida pelo pecado, o Papa evoca o testemunho de São Francisco
de Assis, considerando-o exemplo de sanação daquela ruptura. Um dos biógrafos
do santo de Assis, afirmava que, através da reconciliação universal com todas
as criaturas, Francisco voltara de alguma forma ao estado de inocência original
(SÃO BOAVENTURA, citado por FRANCISCO. Idem, n. 66). O pecado, ao romper a
harmonia querida por Deus, possibilita guerra, violências e abusos, abandono
dos mais frágeis, ataques contra a natureza. Eis que, à luz da fé e da Palavra
de Deus, somos chamados a viver uma ecologia integral que nos leve a lutar
contra tudo isso, pois como redimidos por Cristo, somos criaturas novas e
entendemos mais ainda o significado da criação.
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